agapito garage: 2011

Sábado dia 7 de maio, fui visitar o barracão do Fernando, um velho amigo meu, dúvido que alguém tenha uma coleção mais eclética do que esse cara.
Abaixo algumas amostras do acervo dele.

Pinball de Corvette do início da década de 90 e ainda funciona!!!

A esquerda um galaxie que pertenceu ao avô dele, ao lado uma SLK 97.

Meus sonhos de consumo, cabeçotes de alumínio e admissão Air Gap da Edelbrock, fora o distribuidor MSD.

Quem achou que os cabeçotes eram pra algum carro nervoso, errou feio, eles são pra esse motor dodge marinizado de uma lancha!!!

Uma Africa Twin 92 que ele comprou, senão me engano de um alemão, que ele cruzou numa viagem que ele vez ao Ushuaia, detalhe essa moto rodou do Alaska ao Ushuaia e o alemão, entregou ela aqui no Brasil.

Esse foi o roteiro da viagem ao Ushuaia, que foi feita de moto.

Acreditem essa é a moto que ele foi até ao Ushuaia, uma Biz de 100cc, que já era bem surrada na época!!!!

Uma parcial do barracão, tem coisa pra cacete aí.

A cerveja que tomamos tava aí nessa frigidaire da década de 50.

Abraços

Todos sabem da minha paixão pelos antigos, mas este carro foi o responsável pela minha admiração especial pelos dodges, esse carro me transformou, com muito orgulho, num legítimo dodgeiro.

Encontrei esse dodge em 2003, num sítio em São Miguel Arcanjo, cidade vizinha a minha, distante cerca de 35Km, através de um amigo que avistou o carro da estrada que beirava a propriedade, ele me contou do carro e combinamos de ir lá ver. Fomos num sábado, chegamos lá batemos palmas na porteira já com receio, pois falaram que o dono do carro era meio doidão, ele nos atendeu meio "seco", mas quando mencionei o meu avô que morou em São Miguel, acho que na década de 50 ou 60 e era conhecido dele, o tratamento foi bem melhor e ele nos deixou ver o carro, achei que ia achar um matuto que me venderia o carro por um preço bem baixo, mas o problema é que todo mundo com um olhar um pouco mais atento, enxergava de longe a "discreta" lateral laranja do carro que ficava a mostra na varanda da casa, era comum o pessoal bater lá e perguntar se ele queria vender, o que inflacionou o preço e fez com que eu levasse mais de 4 anos para conseguir comprar o carro, em 2007. Seu Amador(o dono do carro na época) me contou várias passagens dele com o carro, lembro de uma que ele me disse que deu um "pau" num carro que era lançamento na época, o Monza, toda vez que eu ia lá ele me contava essa história...e me prometia que não venderia o carro pra ninguém, só pra mim, descobri depois que ele falava isso pra todo mundo...kkkk, ele e o carro eram famosos na região, também quem não ia ficar famoso andando num charger laranja com um baita chifre no capô, isso mesmo ele colocou um par de cornos no capo do dojão!!!!

Essas fotos são do carro ainda na cidade de São Miguel, notem o chifre, fiz questão de traze-lo, hoje enfeita a parede da garagem.

Foram várias visitas até que consegui comprar o carro, lembro desse dia até hoje, também era um sábado, eu, um funcionário da minha loja e um amigo mecânico estavamos conversando e lembramos do dodge, resolvi ir ver o carro de novo e levei os 2 comigo, fui sem nenhuma pretenção de compra, chegando lá ví uma coisa que me assustou, o carro que ainda estava com placas amarelas, agora estava com placas novas, não consegui tirar o olho da placa até que o Seu Amador, disse em tom de ironia: _ FDP, nem olha pra gente, só pro carro.

Conversando, descobri que o Seu Amador, já por volta dos seus 80 anos, estava com sérios problemas de saúde e que resolveram regularizar o documento do carro pra vender, pensei é agora ou nunca, foi uma briga feia, entrou até uma neta no meio da negociação, mas chegamos num preço e fiquei de ir buscar o carro no dia seguinte. Juntei metade do valor em dinheiro e levei um cheque pro restante. Combinei com meu irmão, ele passaria em casa bem de manhã e de lá iamos buscar o carro, o problema é que eu fui num casamento no dia anterior, cheguei em casa lá pelas 8 da manhã e meu irmão já tava lá esperando, ainda tivemos a infeliz idéia de ir de jeep sem capota, tava frio no dia, lá estava eu ainda meio atordoado do casamento, sem dormir, rumo a São Miguel, num jeep ford sem capota, nem porta ele tinha..kkkkk. Quando chegamos lá entreguei o dinheiro para a neta do Seu Amador, até aí tudo bem, mas o filho dele não queria aceitar o cheque pra sacar na segunda-feira, que eu teria que voltar no dia seguinte com todo o valor em dinheiro!!! Pensei, vou voltar aqui amanhã e esse infeliz vai pedir mais pelo carro ou vai desistir do negócio, pedi pra que ele esperasse que eu ia buscar o restante do dinheiro, ele me disse que esperaria até a hora do almoço. Voltei a Itapetininga, liguei pra minha irmã, falei com o meu pai, afinal era uma quantia razoável para se conseguir em um domingo, mas consegui. Peguei o Junião( um grande amigo que restaurava nossos carros e que fez o dodge tempos depois)e o levei até um ferro-velho que tinha uma plataforma e deixei ele lá pra ir com o guincheiro buscar o carro e voltei a São Miguel, lembrem, eu estava de jeep e agora ameaçava chover. Paguei o restante e logo chegou a plataforma, tiramos o carro do lugar e começamos a colocá-lo na prancha. O Seu Amador parecia estar nervoso e a neta dele perguntou se ele queria desistir do negócio e ele respondeu firme que o carro era meu que eu podia levar, fiquei aliviado, imagine se o homem desiste do negócio a essa altura..

A plataforma partiu com o carro e enquanto eu me despedia do Seu Amador, dava pra ver ela seguindo pela estrada de terra até chegar no asfalto, como susto pouco é bobagem, nessa hora um carro parou e um cara desceu e foi falar com o motorista do caminhão, de longe eu não tava entendendo nada, pensei deve ser outro filho querendo não deixar o carro ir embora, mas ele logo subiu no carro de novo e foi embora, depois fiquei sabendo que era um cara que também queria comprar o carro e ficou inconformado com a venda.
Agora vamos falar um pouco do carro, é um Charger R/T 77, vermelho riviera, o carro tava parado desde 95 como comprovava a etiqueta de troca de óleo no parabrisa,64860, se não engano, o odometro marcava 65947, apenas 80KM a mais em 12 anos. O carro estava bem melhor do que eu esperava, por fora a pintura estava meio sem brilho e tinha sinais de desgaste em alguns "cantos vivos", após um polimento ela ficou bem melhor, mas ainda ficaram umas manchas no capo, tinha também um ralado na porta do passageiro, a mecanica era toda original, o motor "lacrado" de fábrica, nunca foi aberto e assim continua até hoje. O interior também era todo original, apenas o console tinha sido trocado por um outro que era acessório da época, repuz o console original e hidratei os couros do bancos, assim o interior ainda é o de fábrica. Como o carro estava muito bom e com a mecanica perfeita levei 2 anos para ter coragem de restaurá-lo, deixei o carro na chapa, a funilaria não foi muito díficil e refiz o carro no padrão original, a mecanica era perfeita, fiz apenas uns upgrades e hoje o carro roda forte, o resultado ficou excelente. As fotos acima são de 15/07/07, dia em que fui buscar o dojão.